quarta-feira, 3 de agosto de 2011

“Empresas devem planejar diariamente", diz professor em palestra no Sindigraf-SP

Em um mundo em constante renovação, nada mais natural que organizações e empresas procurem formas de se adaptar com eficiência às novas realidades econômica, política e social. Foi de olho neste contexto que o Sindigraf-SP realizou no último dia 21, em parceria com a Fiesp, palestra sobre a importância da gestão estratégica para as empresas do setor gráfico.

Ministrada pelo professor doutor Antonio Marcos Vargas de Oliveira, da Universidade Cruzeiro do Sul, o curso apresentou um panorama da evolução do conceito de planejamento, partindo de seu sentido original enquanto metodologia para projetar o futuro, até a definição mais atual, que prevê uma reavaliação constante das estratégias adotadas pelas organizações.

Segundo Vargas de Oliveira, o planejamento apareceu no meio empresarial, na primeira metade do século XX, como uma função do setor contábil das empresas. A partir dos anos 1960, no entanto, um novo conceito nasce nos Estados Unidos: o planejamento estratégico. Inspirado em técnicas militares, o planejamento estratégico busca cercar, no mundo dos negócios, todas as variáveis que possam influenciar os resultados perseguidos por uma organização. “Um general, quando dispõe seu exército, não pensa apenas em como ele deverá agir, mas como seus inimigos irão agir. A ação estratégica nos dias de hoje consiste em considerar como o mercado irá reagir às minhas ações”, explica o professor.

O planejamento estratégico significou uma inflexão na forma como as organizações projetavam o futuro. Se, no passado, os tomadores de decisão olhavam apenas para dentro da empresa para planejar, com o novo conceito eles passaram a levar em conta, também, o ambiente em que a organização atua. Ou seja, além de analisar a situação de fornecedores, concorrentes, clientes e mão de obra, os tomadores de decisão passaram a avaliar também o ambiente geral, ou seja, aquele sobre o qual eles não podem influir. São os aspectos sociais, econômicos, tecnológicos, políticos e legais que passaram a influir no planejamento estratégico da empresa. “Quando eu estou falando de estratégia, estou falando exatamente de como usar as informações que estão disponíveis”, resume Vargas de Oliveira.

O problema, no entanto, é que no mundo de hoje, muitas vezes o ambiente geral pode mudar do dia para noite, influenciando também o ambiente organizacional. “O mundo muda, e cada vez mais rápido. Às vezes, o que eu planejei em outubro ou setembro para o ano seguinte, já não vale mais nada em dezembro daquele mesmo ano”, pontua Vargas de Oliveira.


É neste contexto que surge a ideia de “gestão estratégica” ou “administração estratégica”, em que as organizações passam a fazer, diariamente, o exercício do planejamento estratégico. O professor cita como exemplo a crise mundial internacional, que estourou em setembro de 2008. “Quem havia planejado 2009 antes de setembro, teve que mudar toda a sua estratégia para se adaptar ao cenário internacional.” Vargas de Oliveira lembrou ainda que são poucas as empresas brasileiras que adotam essa postura, e destacou que, para exercer a gestão estratégica, é necessário incluir também os funcionários no processo de tomada de decisões. “Quando eu estou falando de administração estratégica, não estou falando apenas da cúpula das organizações. Todos os funcionários, com suas aspirações, devem estar de acordo. É uma mudança de mentalidade”, diz o professor. “Eu tenho de estar antenado, 24 horas por dia, com os reflexo da minhas ações no ambiente.”


A gestão estratégica, explica Vargas de Oliveira, deve ser organizada em cinco etapas: a análise do ambiente, a elaboração de diretrizes, a formulação da estratégia, a implementação da estratégia e seu controle. A diferença em relação ao planejamento estratégico é que, na administração estratégica, a organização nunca dá por concluída as etapas do planejamento. Ou seja, depois de passar da análise do ambiente para o estabelecimento de diretrizes, a organização deve voltar para a análise do ambiente, e assim sucessivamente, para todas as etapas.


Fonte: RV&A

Nenhum comentário:

Postar um comentário